Com a missão de coordenar diálogos junto aos deputados que compõem a base do governo Leite na Assembleia, o deputado Frederico Antunes (PP-RS) tem se dedicado nas últimas semanas a destrinchar os projetos que tratam sobre a reorganização das carreiras do funcionalismo. Entre eles, o que abrange mudanças sobre a categoria do magistério — até aqui, a proposta que tem gerado mais polêmica entre os aliados e gerou, inclusive, greve da categoria.
Por conta do impasse envolvendo o projeto de lei, o pacote de medidas que seria votado no final do ano passado acabou ficando para o ano de 2020. A intenção é votar as matérias na Assembleia Legislativa ainda no mês janeiro, a partir de uma convocação extraordinária a ser determinada pelo governador Eduardo Leite.
Neste domingo, Frederico Antunes encontrou-se com uma personagem importante na histórica discussão sobre a carreira dos professores estaduais. Foi ela quem, há dez anos, deu início ao debate que hoje está posto junto à categoria. Foi sob a gestão de Mariza Abreu que o Piratini apresentou o projeto mais ambicioso para tentar modificar a carreira do magistério estadual, muito antes do pacote apresentado pelo atual governo tucano.
No encontro, além de conversarem sobre plano de carreira, Mariza e Frederico trataram sobre piso nacional do magistério e os desafios da educação no Estado.
À época da rejeição da proposta no governo Yeda, a discussão terminou vencia em especial pela reação do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers-Sindicato) e pela falta de apoio de deputados da base aliada. Em conversa com o jornalista Daniel Scola, no final do ano passado, Mariza chegou a comentar o atual plano proposto por Leite. Na conversa, publicada em GaúchaZH, a ex-secretária sugeriu mais discussão:
— Acho que precisa discutir mais o plano. E a Assembleia tem papel fundamental. Isso já aconteceu em vários momentos: como a direção do Cpers fica muito resistente a qualquer processo de negociação, não quer que mude nada, acho que os parlamentares são fundamentais. Em vários momentos de crise, os deputados estaduais ajudavam a mediar a negociação — destacou.