A polêmica decisão tomada pela organização da 13ª Feira do Livro de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, de cancelar a participação da jornalista Miriam Leitão no evento vem gerando discussões e comentários nas redes sociais. A coluna procurou o coordenador artístico do evento, Carlos Schroeder, para entender o porquê da decisão. Schoreder relatou "inúmeras ameaças" e uma "petição" organizada por parte da população para que a ida de Miriam fosse cancelada. A feira está programada para acontecer entre os dias 8 e 18 de agosto.
O documento, que reuniu assinaturas na internet, diz que a presença de Miriam é "repudidada" por seu "viés ideológico e posicionamento".
"Ocorre que por seu viés ideológico e posicionamento, a população jaraguaense repudia sua presença, requerendo, assim que a mesma não se faça presente em evento tão importante em nossa cidade", diz a petição na internet contra a presença de Miriam e que pressionava pelo cancelamento do convite. Até a publicação desse texto, 3.435 pessoas já haviam assinado o documento online.
À coluna, Schroeder relatou que a decisão serviu para "preservar a integridade física dos convidados".
— Depois de uma petição, de inúmeras ameaças, de organização de boicotes, resolvemos cancelar para evitar uma batalha campal e também preservar a integridade física dos convidados — explicou.
A presença do sociólogo Sérgio Abranches também foi cancelada.
A coluna procurou a jornalista Miriam Leitão que até o momento não se pronunciou sobre o caso.
Flip com protestos contra Glenn
Recentemente, o jornalista Glenn Greenwald também foi alvo de protestos durante sua participação durante a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty). Greenwald, que coordena o trabalho do jornal The Intercept Brasil na revelação de mensagens trocadas entre o ministro da Justiça Sergio Moro com procuradores da Lava-Jato enquanto ainda era juiz, era a grande atração de uma mesa que debate os desafios do jornalismo justamente na cobertura da operação.