A troca de acusações envolvendo o ministro gaúcho Osmar Terra, titular da Cidadania do governo Bolsonaro, e o deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP), ex-ator eleito com 155 mil votos, tem uma razão que em nada lembra a nova política pregada pelo partido de Frota e do presidente da República. De acordo com informações de interlocutores à coluna, trata-se de "fisiologismo puro", com uma série de indicações feitas por Frota, que não são aceitas de imediato pelo ministro. A origem da tensão está em uma entrevista concedida por Terra ao jornal Estado de São Paulo, em que disse que "o problema do Alexandre é que ele quer nomear todo mundo no ministério".
—É isso mesmo. Fisiologismo. Quer nomeações dos seus indicados - resumiu um interlocutor sobre a troca pública de farpas.
Ao Estadão, o ministro fez críticas à postura do deputado do PSL, que segundo ele pressiona por nomeações: " Ele apresentou nomes para todos os cargos. Até atendi um que achei o currículo interessante. Mas para os outros cargos eu busquei técnicos", explicou à publicação. Terra disse ainda que recebeu do presidente da República, ao ser nomeado, “liberdade de dizer não às indicações até do vice-presidente”.
— Ele quer nomear todo mundo, bem como o ministro disse na entrevista — reforçou outro interlocutor do governo.
Em sua rede social, o deputado do PSL respondeu neste domingo (5) ao ministro da Cidadania, Osmar Terra. E disse que apenas tentou ajudar com as indicações. Frota, que ao Estadão chegou a dizer que Terra "ainda não fez nada pela cultura do país", afirmou que agora apenas "assistirá" o tratamento dado a área cultural.
"Respondendo ao Ministro Osmar Terra. Eu apenas tentei ajudar agora vou assistir como a Cultura será tratada na sua gestão . Boa sorte . Eu já deixei a comissão de Cultura", rebateu.