O sorriso da deputada federal Maria do Rosário (PT), na foto ao lado do colega Eduardo Bolsonaro (PSL), traduzia o que acabara de acontecer na comissão especial criada para discutir o projeto Escola sem Partido, na Câmara dos Deputados. Nesta terça-feira (11), o grupo encerrou os trabalhos do ano sem votar a proposta. Com o fim da legislatura, o projeto é arquivado.
Deputados contrários ao Escola sem Partido, como a gaúcha Maria do Rosário, comemoraram o fato.
— Essa é a vitória da resistência. Não importa se somos minoria quando temos convicções tão fortes pela liberdade. Preparem-se os que querem governar com autoritarismo, preparem-se os que querem destruir a Constituição, os que querem destruir a noção de direitos humanos e de humanidade. Preparem-se porque haverá resistência e essa resistência está aqui — disse a petista na comissão.
O projeto Escola sem Partido busca estabelecer que as escolas tenham cartazes com deveres do professor, entre os quais está a proibição de usar sua posição para cooptar alunos para qualquer corrente política, ideológica ou partidária. Além disso, o professor não poderia incitar os alunos a participar de manifestações e deveria indicar as principais teorias sobre questões políticas, socioculturais e econômicas.
Além disso, a proposta queria banir de todas as escolas quaisquer atividades “que tendam a aplicar” a chamada “ideologia de gênero” e os termos “gênero” ou “orientação sexual”.
O projeto tem apoio de Eduardo Bolsonaro (PSL), que é filho do presidente eleito Jair Bolsonaro. Em suas redes sociais, o deputado federal já manifestou posição contrária à doutrinação ideológica nas escolas.