
A mais nova polêmica desse Brasil de nervos à flor da pele é o cancelamento de shows da banda Ira! por conta de uma briga do cantor Nasi com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. O vocalista posicionou-se contra a anistia dos acusados pelos atos golpistas do fatídico 8 de Janeiro, os bolsonaristas não gostaram e a discussão acabou com a alegria de quem queria assistir às apresentações.
É o fim.
Criticar e discordar, tudo bem, é do jogo, mas a programação deveria ter sido mantida. Vai quem quer. Ninguém é obrigado a prestigiar um artista que não gosta. A questão é: e quem de fato queria ver o Ira!, como fica? Vivemos em uma democracia ou não?
Os shows da turnê Acústico 20 Anos ocorreriam em Caxias do Sul e Pelotas, no Rio Grande do Sul, e em Jaraguá do Sul e Blumenau, em Santa Catarina.
A discussão começou após uma apresentação em Contagem, Minas Gerais, no dia 29 de março. Na ocasião, em determinado momento do show, parte do público começou a entoar "sem anistia".
Ao final da música, o artista apoiou a manifestação gritando "É isso aí! Sem anistia!". Um grupo não gostou e vaiou a atitude. Nasi ficou irritado e disse aos insatisfeitos (que chamou de "fascistas") que fossem embora. A situação viralizou e os cancelamentos começaram, após a pressão de bolsonaristas indignados.
Ao que parece, serviu o chapéu, como diria minha falecia avó. Do contrário, por que cancelar? Digo e repito: era só ignorar e não ir aos shows. O que pode ser pior do que isso para um artista?