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Acabam de ser anunciadas as pesquisadoras e as entidades agraciadas na primeira edição do Prêmio Mulheres e Ciência, realizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com o Ministério das Mulheres, o British Council no Brasil e a Corporação Andina de Fomento (CAF). E adivinha? Tem instituição gaúcha no pódio.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) venceu a categoria Mérito Institucional. Reitor do IFRS, Júlio Xandro Heck celebrou a conquista “mais do que Copa do Mundo”, e com razão. Segundo ele, a distinção se deve à longa trajetória do IFRS na temática das mulheres e de sua inclusão na ciência. Aqui na coluna, já publicamos muitos exemplos disso, com destaque para o projeto Meninas na Ciência, uma baita iniciativa (que merece ser copiada Brasil afora).
Na categoria Mérito Institucional, 27 propostas foram submetidas por instituições de educação superior ou centros de pesquisa, sendo três premiadas (além do IFRS, estão a Universidade Federal Fluminense e a Universidade Federal do Ceará).
O IFRS receberá R$ 50 mil para investir no desenvolvimento de ações voltadas à promoção da igualdade de gênero.
— Nossa responsabilidade só aumenta — destacou o reitor.
A cerimônia de entrega da condecoração será realizada no próximo dia 12, na sede do CNPq, em Brasília.
Ações a partir do prêmio
Como parte da proposta submetida ao edital do CNPq, o IFRS aderiu ao Marco Referencial para a Igualdade de Gênero em Instituições de Ensino Superior no Brasil, da British Council.
Para a assessora de Gênero e Sexualidade do IFRS, Lauren Nunes, a adesão vai impulsionar mais mudanças institucionais para enfrentar a discriminação, eliminar práticas excludentes e transformar comportamentos na educação e na pesquisa.
Um plano de ação foi apresentado pelo IFRS e será concretizado com os recursos da premiação. Entre as atividades previstas está a expansão do edital Meninas na Ciência, para estimular projetos de pesquisa desenvolvidos por alunas, e a promoção de outras iniciativas de incentivo à participação feminina em áreas como Ciências, Tecnologias, Engenharias ou Matemática.
O Instituto irá ainda implantar uma equipe de autoavaliação institucional para atuar junto à sua Assessoria de Gênero e Sexualidade. Esse grupo terá entre as atribuições avaliar a eficácia de ações implementadas e organizar dados para embasar o desenvolvimento de políticas de inclusão.
Outras propostas institucionais são reforçar políticas que ajudem estudantes e servidores a equilibrar a vida profissional e familiar, incluindo arranjos de trabalho flexíveis e ampliação do apoio a mães e pais; aumentar a representatividade e a equidade em cargos de liderança e estruturas decisórias, com ênfase na inclusão de pessoas negras, indígenas e quilombolas, por meio de critérios transparentes e políticas inclusivas.