Com a perspectiva de público recorde, a 68ª Feira do Livro de Porto Alegre reserva algumas surpresas na edição deste ano, que se inicia no próximo dia 28 e segue até 15 de novembro. Uma delas é a pegada inclusiva, algo positivo não só do ponto de vista social, mas também econômico - afinal, há um baita nicho consumidor a explorar aí.
Haverá desde mapas táteis até materiais em braile e a possibilidade de audiodescrição dos ambientes para facilitar a circulação de visitantes com visão reduzida. As ações incluirão ainda a disponibilização de banquetas móveis para pessoas com nanismo (para viabilizar o acesso às obras expostas nas bancas), a contratação de intérpretes e tradutores da língua brasileira de sinais (libras) e a capacitação de livreiros para um atendimento mais acolhedor.
O primeiro curso para preparar os expositores ocorre hoje. Os 71 inscritos foram convidados e poderão levar entre três e quatro colaboradores. Eles irão aprender, por exemplo, noções básicas de libras.
— Garantir pleno acesso ao livro sempre foi nossa missão. A feira já é uma referência em acessibilidade, mas entendemos que pode ser melhor, por isso fomos buscar uma empresa especializada para nos ajudar — conta Maximiliano Ledur, presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL).
A ideia, segundo Letícia Francisco, CEO da Semearhis, startup responsável pelo trabalho, é ampliar ao máximo as possibilidades de inclusão para valorizar esse público.
— Segundo o último censo do IBGE, 25% da população brasileira declarou ser PCD (pessoa com deficiência). Todos temos a ganhar com a inclusão — destaca Letícia.