O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional decidiu prorrogar novamente o prazo de liberação de recursos para a construção da barragem de Taquarembó, em Dom Pedrito. A medida atendeu pedido do governo gaúcho.
Em outubro do ano passado, o mesmo movimento já havia sido feito. Na ocasião, a Secretaria Estadual de Obras Públicas tinha até 4 de março de 2023 para reiniciar os trabalhos, o que acabou não ocorrendo.
Agora, os recursos estarão disponíveis por mais dois anos. O novo prazo foi dado para poder viabilizar a contratação e execução das obras remanescentes.
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional informa que espera que o governo do Estado resolva as pendências que impedem a continuidade da análise da readequação do plano de trabalho do instrumento. A conclusão desta etapa é necessária para que seja possível autorizar a contratação de uma nova licitação. Procurada, a Secretaria Estadual de Obras Públicas informa que o processo para escolha da empresa que executará o serviço será lançado ainda no primeiro semestre.
As obras estão paradas desde 2017. Segundo a União, já foram repassados cerca de R$ 76,5 milhões ao governo gaúcho para execução do empreendimento.
Grande muro
A obra em questão, na Campanha, é a construção de um grande muro, de 350 metros de comprimento e 34 metros de altura. A barragem vai represar água em uma área de 1.200 hectares, no leito do rio Taquarembó.
Os trabalhos foram iniciados em 2008 pela construtora Odebrecht. Até 2013, a empresa executou 70% dos serviços. Ficou faltando concluir a altura do muro, que precisa ficar nove metros mais elevado. Também precisam ser construídos diques e uma nova ponte entre Dom Pedrito e Lavras do Sul, replantar árvores que serão suprimidas e instalar as novas comportas, que vão liberar água para os canais.
Ainda restam dois anos de obras e um investimento de R$ 115 milhões. A barragem servirá para abastecer lavouras de milho, arroz, para a pastagem, além de ajudar a alavancar o turismo, lazer, e também pode servir para o abastecimento de água para a comunidade.
Imbróglio
A partir de 2014, a construtora não mais executou a obra. O governo precisou fazer uma nova licitação. A construtora Sanenco foi contratada. Porém, por falta de dinheiro, a obra foi retomada com grandes dificuldades.
Durante a primeira gestão de Eduardo Leite, a construção deixou de ser responsabilidade da Secretaria Estadual da Agricultura e foi repassada para a de Obras. Essa alteração dependeu de autorização da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
Quando havia permissão para que a construção fosse retomada, em 2019, a Sanenco apresentou desistência por incapacidade financeira. A partir disso, o governo do Estado contratou uma empresa para avaliar o que faltava concluir na obra. Esse levantamento foi concluído em maio de 2022.
50 mil campos
O volume de água que será represado chegará a 116 milhões de metros cúbicos. A barragem terá capacidade de irrigar o equivalente a 50 mil campos de futebol.
Junto com as obras da barragem de São Gabriel, seis municípios serão beneficiados diretamente: São Gabriel, Lavras do Sul, Dom Pedrito, Cacequi, Rosário do Sul e Santana do Livramento.