Uma boa notícia para a Região Carbonífera. O Parque Hidroviário de General Câmara está mais próximo de sair do papel.
A empresa LD Traldi se apresentou como investidora interessada no projeto. A RV Imola é uma das envolvidas. A operadora logística paulista tem atuado na distribuição de vacinas contra a covid-19.
O estudo de viabilidade econômica e ambiental está em andamento e deverá ser finalizado em mais um mês. A assessoria técnica é da Hidrovias RS, associação que reúne representantes do setor de logística e entidades empresariais.
Depois desta etapa, a empresa partirá para a compra da área de 141 hectares. O projeto propõe a criação de um porto multimodal na cidade, às margens do rio Taquari, aliando a malha rodoviária e ferroviária à hidrovia.
- O investimento estimado neste primeiro momento gira em torno de R$ 130 milhões. No projeto maior, a área do parque pode chegar a 700 hectares. A ideia é ter uma espécie de parque industrial, que envolva um condomínio logístico - informa o prefeito Helton Barreto (PP) .
O projeto foi apresentado na segunda-feira (3) ao ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Segundo Barreto, o ministro garantiu apoio do governo federal, principalmente na agilidade da tramitação do processo. O asfaltamento de 11 quilômetros da BR-470 é uma obra esperada pela região.
Em fevereiro, o prefeito já havia apresentado o plano ao governador Eduardo Leite a fim de buscar apoio técnico e logístico para o desenvolvimento do projeto. O objetivo do projeto é reduzir os custos de logística, desenvolver o transporte aquaviário e dar mais sustentabilidade à região.
Mesmo sendo um dos pioneiros no transporte hidroviário no país ainda no século 19, o Rio Grande do Sul viu o modal perder espaço ao longo do tempo a ponto de hoje responder por somente 3% do fluxo de cargas no Estado.
O advogado, consultor em PPPs e Concessões, João Victor Domingues, destaca que é necessário pensar nas hidrovias como um projeto complexo. Sem isso, não haverá solução que tenha impacto na redução do custo logístico.
- O projeto em General Câmara é justo e legitimo. Entretanto temos outras eclusas para reformar dentro de um mesmo sistema hidroviário. O transporte hidroviário perde em atratividade para o rodoviário pela sua inconstância e fragilidade estrutural. Isso significa que o dono da carga precisa de um sistema que funcione 24h por dia, 7 dias por semana. Isso, sem os investimentos estruturais necessários, não acontece - destaca Domingues.