
Soluções e iniciativas que possam ser aplicadas para fazer frente a demandas do Estado foram tema central do painel "Desafios estratégicos para o futuro do Rio Grande do Sul", ocorrido entre 18h45min e 19h30min nesta quinta-feira (10), no palco Arena, o principal do South Summit Brazil 2025.
Três painelistas participaram do debate, que foi mediado pelo professor Jorge Audy, do Tecnopuc. Estiveram reunidos no painel o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, o economista Aod Cunha e o economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz. O governador Eduardo Leite esteve na plateia e assistiu ao debate.
— Esse é um painel muito importante, pois vamos falar de temas que são estratégicos e fundamentais para o desenvolvimento do nosso Estado para os próximos anos — destacou Audy na abertura da atividade.
Os painelistas concentraram o debate em torno de três temas principais. Os tópicos abordados no painel foram desenvolvimento econômico, educação e produtividade no campo, principalmente através da irrigação.
O primeiro a falar foi o economista Aod Cunha. Ele destacou a resiliência do Estado diante de eventos climáticos extremos, como as estiagens e a enchente de 2024, e ressaltou que é fundamental definir áreas prioritárias de investimento, citando, além da produtividade agrícola e da educação, a infraestrutura logística.
— Temos que concentrar maior energia em pautas que são estratégicas. O desafio de desenvolvimento futuro do Rio Grande do Sul passa por bons governos, claro, mas também pela conscientização da sociedade em buscar uma agenda de desenvolvimento que seja contínua, para que a sociedade inclusive possa cobrar a continuidade dessa agenda quando houver trocas de governantes. Assim, o Rio Grande do Sul tem tudo para dar um salto adicional em seu desenvolvimento — argumentou.
Na sequência, o economista-chefe da Farsul concentrou mais sua fala na questão da irrigação e da produtividade. Antônio da Luz destacou que o agronegócio não se resume apenas a plantio e colheita. Segundo ele, dos cinco principais complexos industriais do Estado, quatro são ligados à produção de grãos.
— Queremos desenvolver mais nossa economia em outros segmentos, mas não podemos abrir mão da riqueza que conseguimos gerar com aquilo que já fazemos muito bem. Perdemos dezenas de milhões de toneladas de grãos pela falta de chuva em determinados períodos, por isso precisamos ter armazenamento de água para irrigar quando essa água falta. Se quisermos crescer, primeiro temos que parar de perder — reforçou.
Por fim, falou no painel o empresário Jorge Gerdau Johannpeter. No início de sua fala, Gerdau concordou com o ponto levantado por Aod Cunha, ressaltando ser fundamental a definição de prioridades para alcançar o desenvolvimento do Estado.
— Se não tiver capacidade para definir um propósito claro, é impossível ter sucesso — observou.
Em seguida, o empresário falou sobre o tema da educação, seu principal tópico no painel.
— Investir em educação, em todos os sentidos, tem que ser uma prioridade absoluta. A falta de investimento adequado em educação nos leva à estagnação, pois limita nossa capacidade e produtividade. Tenho convicção de que sem a evolução da educação não seremos vencedores no Brasil nem no Rio Grande do Sul — opinou Gerdau.