Nesta terça-feira (9), o viaduto dos Açorianos, no Centro Histórico de Porto Alegre, vai completar 30 dias interditado. Uma vistoria realizada em maio apontou "graves anormalidades estruturais" na extremidade sul da estrutura.
O trânsito de qualquer tipo de veículos está proibido desde então. E assim deve permanecer por um bom tempo.
Contratualmente, a empresa contratada para elaborar o projeto de recuperação da elevada tem até 29 de junho para apresentar seu relatório. Essa será a maior intervenção realizada no viaduto de 202 metros de extensão desde a construção, em 1973.
Depois desta etapa, a prefeitura ainda precisará aprovar o levantamento, montar um edital, lançar concorrência e contratar uma empresa que irá realizar a recuperação. Se for uma licitação tradicional, a prefeitura deverá concluir todo este processo em um tempo não menor do que seis meses.
Depois do prazo de seleção, há a necessidade de se fazer o reparo, que pode durar de três meses a até mais de um ano. Tudo dependerá do que indicar o estudo que está em desenvolvimento.
O prazo pode ser encurtado se houver emergência em realizar a obra. Se o laudo do projeto indicar reforma imediata, sob pena do viaduto ruiu, uma contratação emergencial poderá ser lançada, o que encurta os prazos de escolha da empresa.
A contratação da construtora responsável poderá ocorrer em aproximadamente uma semana. Mesmo assim, antes disso, a prefeitura precisará aprovar o estudo.
Depois de contratada, a empresa terá seis meses para executar o serviço. Sendo assim, há uma probabilidade que o viaduto poderia ser liberado, na sua totalidade, até fevereiro de 2021.
Há ainda uma opção mais emergencial. A prefeitura pode lançar um plano emergencial para devolver o tráfego ao viaduto e depois realizar uma licitação que irá prever a recuperação completa. Dessa forma, há chances da elevada ser liberada ainda em 2020.
Diagnóstico do viaduto
O problema estrutural está na extremidade sul da elevada. A interdição da obra foi determinada por causa das graves anomalias na estrutura de transição entre o terreno natural e o viaduto em si, parte chamada de encontro. Já foram constatadas rupturas e deformações em vigas, além rachaduras nos pilares. Embora ainda não tenha laudo concluído, o encontro norte também apresenta sinais semelhantes de degradação.
Técnicos da prefeitura notaram os problemas em agosto de 2019, em vistoria anual, e solicitaram a contratação de uma empresa para a elaboração de laudo técnico. Foi realizada, pela primeira vez em mais de 10 anos, inspeção na parte interna do viaduto. Segundo a prefeitura, foi necessário providenciar a limpeza do espaço, tomado de lixo e em condições insalubres. Na parte interior do encontro, o concreto das paredes está caindo, revelando partes da ferragem.