
A Polícia Civil botou para quebrar na madrugada desta quarta-feira (26). No caso específico, bateu no poder de fogo de dois agrupamentos criminosos distintos, mas que tinham em comum o fato de utilizarem grandes arsenais para cometer seus delitos.
Uma das ações aconteceu na zona norte de Porto Alegre e atingiu a principal facção criminosa do Rio Grande do Sul, baseada no Vale do Sinos. Agentes do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) prenderam um empresário que abastecia não só essa facção como também fornecia armas a quem estivesse disposto a pagar (talvez mesmo até aos rivais dos seus clientes).
Descrito como um "playboy" pelos policiais, o homem desfilava em carros de luxo e frequentava restaurantes caros. Em imóveis dele foram apreendidos dois fuzis calibre 5.56 mm, duas espingardas (uma delas, turca, é automática e com alto poder de fogo), oito pistolas, um revólver e um Kit Roni (equipamento que permite adaptar pistolas para que disparem rajadas, como uma submetralhadora). Tudo isso acompanhado de 423 munições. Uma das pistolas tinha sido furtada de um policial civil em Capão da Canoa, em 2022.
A outra operação teve como epicentro Eldorado do Sul e foi desencadeada pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Nela, policiais civis apreenderam 19 armas, incluindo um fuzil e uma pistola, além de várias espingardas e munição a rodo. Foram localizados também equipamentos para remuniciar cartuchos, como mostra o colega Ronaldo Bernardi.

Nesse caso, os alvos dos agentes da Delegacia do Meio Ambiente (Dema) são caçadores clandestinos. Com os suspeitos foram localizados ratões, lebres e dezenas de aves abatidas impiedosamente. Tipo de crime que contribui para o desaparecimento de espécies ameaçadas de extinção — algo que obviamente os criminosos sabem.
Ao todo, 32 armas foram confiscadas nas duas operações. Um excelente dia para a cidadania, um recado duro para quem acha que pode tudo com uma arma na mão.