
Policiais civis do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc) prenderam no fim de semana um caminhoneiro que levava grande quantia de cocaína na cabine do veículo e não no compartimento de carga, como é usual. Inovações de uma atividade, o crime organizado, que tem de ser muito inventivo para continuar no ramo competitivo do submundo.
No caso do fim de semana, a inovação se explica porque os policiais costumam revistar a carga do caminhão, mas nem sempre a cabine. O cargueiro, no caso específico, fazia transporte para os Correios. A criatividade dos traficantes não tem limites, espanta-se o diretor do Denarc, delegado Carlos Wendt.
Entre as descobertas dos agentes do Denarc estão a introdução de fardos de cocaína em meio a cargas de soja e milho (algo já antigo) e de pacotes de maconha, embalados a vácuo, dentro de carcaças de bois. O corpo do animal vai dentro de um caminhão frigorífico, o que já ajuda a disfarçar o inconfundível cheiro da marijuana.
Os policiais chegaram a receber dica de bois vivos com carga de cocaína embalada no estômago, dentro de invólucros plásticos. O leitor se deu conta? Mesmo esquema que as chamadas mulas, homens e mulheres que fazem viagens internacionais com droga embutida no corpo. A diferença é que esses viajantes humanos têm opção de escolha. Os animais, não.
Esquemas de uma atividade que não cessa de desafiar o esforço dos policiais. Menos mal que o Denarc continua vigilante.