Pelo menos um importante apoio Juan Guaidó terá na sua tentativa de retornar às atividades políticas na Venezuela, mesmo com a possibilidade de ser preso. O autoproclamado presidente interino da Venezuela conta com apoio da Maçonaria e visitou as principais lojas dessa sociedade filosófica no périplo que fez pela América do Sul - inclusive no Brasil.
Em Brasília ele foi recebido com honras de Chefe de Estado pelo Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil (GOB), a mais antiga e maior loja maçônica do país (uma das três correntes em que a entidade está dividida). Sociedade filosófica e filantrópica, que apregoa o aperfeiçoamento intelectual de seus membros, a maçonaria é pautada por muitos rituais secretos e por reuniões em células. Nem todos podem dizer abertamente que são maçons. Mas essa discrição não aconteceu na recepção a Guaidó, que foi divulgada de forma aberta. O Soberano Irmão Múcio Bonifácio Guimarães, líder máximo da GOB, fez um discurso no encontro.
- É dever de todo maçom se posicionar contra aqueles que ferem a dignidade humana e os ideais de liberdade de um povo. Nós, maçons do Brasil, indignados e inconformados com a condução tirânica que o ditador Nicolás Maduro vem desenvolvendo em nossa querida vizinha Venezuela, repudiamos e trabalharemos incansavelmente, para trazer a paz e a estabilidade àquele país e a todos os povos que se avizinham com o Brasil - declamou Múcio.
A cerimônia ocorreu na manhã de 28 de fevereiro, enquanto Guaidó aguardava encontro com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, mas só foi divulgada oficialmente dias depois. Guaidó, que é maçom, já tinha se encontrado naquela semana, na Colômbia, com o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, que também é maçom.
GaúchaZH conversou com maçons graduados e eles afiançam que o apoio ostensivo é decisivo, num momento em que Guaidó anuncia a volta à Venezuela, mesmo com ameaça de ser preso. Uma tentativa de salvo-conduto informal.