Porto Alegre já foi a campeã nacional do roubo de veículos entre as capitais. E forte é a tendência de que isso não volte a se repetir, seja pelo tamanho da cidade (média, para os padrões das metrópoles), seja pelo esforço das polícias em conter esse tipo de delito. Há dois anos a tendência é de queda nas estatísticas desse crime.
Uma excelente notícia, ainda mais que houve troca de governo, mas os números continuam favoráveis à sociedade. Quando foi comandante da Brigada Militar, o coronel Paulo Roberto Mendes (hoje juiz militar) implementou barreiras por toda a parte, no RS. Aos motoristas, incomodados com tanta blitze, ele justificou: o crime anda sobre rodas.
E tem razão o coronel. Ladrão anda de carro. Seja para usar o veículo como moeda, seja para cloná-lo, seja para utilizar o automóvel para cometer outros crimes: assaltos, tráfico e homicídios. Até por isso, melhor conviver com o incômodo das barreiras do que xingá-las e ter de suportar que os ladrões levem quase 20 carros por dia no Rio Grande do Sul, como já chegou a ocorrer em anos passados.
É bom ter cautela para comemorar. O crime sempre inova e a indústria do roubo de veículos não para. Mas algumas providências vieram para ficar. É o caso da Lei dos Desmanches. Após uma década de descompasso, ela foi implementada e o número de locais clandestinos de venda de autopeças roubadas têm caído, mês após mês.
Somada a lei à melhor equipagem das polícias, com viaturas e armas, e as boas estatísticas começam a aparecer. Agora é tentar manter a performance.