Muito se especulou nos últimos tempos sobre o que, afinal, justificava a prisão de 12 suspeitos de terrorismo por parte da Polícia Federal (PF) brasileira. Eles foram detidos às vésperas da Olimpíada do Rio e céticos desconfiaram de que poderia haver exagero e publicidade indevida por trás das prisões. Afinal, o Brasil não tem episódios de atentados terroristas recentes e, muito menos, de origem islâmica. Para completar, o recém-empossado ministro da Justiça aproveitou a entrevista sobre as prisões para fazer Relações Públicas.
Dito tudo isso, o que há de concreto contra os suspeitos? Muita coisa. Você leu aqui no Sua Segurança que a PF chegou aos 12 aspirantes a terrorismo a partir de uma dica da National Security Agency (NSA) norte-americana, que analisa volume de comunicações telefônicas e telemáticas (mensagens) em todo o mundo. Foi assim que essa agência de contraespionagem descobriu que brasileiros acessavam sistematicamente sites simpáticos ao Estado Islâmico e seus cortadores de cabeça. A partir do endereços IP dos computadores e dos números telefônicos, repassados pelo governo americano, a Polícia Federal brasileira chegou aos simpatizantes de terrorismo tupiniquins.
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Hoje o colega Mauri König publica, na Folha de São Paulo, o teor de algumas mensagens trocadas pelos 12 suspeitos presos. É assustador. Eles cogitam usar armas químicas na Olimpíada. Falam em fazer um pogrom (limpeza étnica) contra os kaffir (infiéis), incluindo xiitas e norte-americanos. Falam em contaminar as águas de uma estação de tratamento. Leia. E entenda as razões da PF para mantê-los presos.