O expurgo de 50 mil pessoas de seus empregos na Turquia mostra o quanto a vingança pode ser um prato quente, devorado mesmo por aqueles que foram eleitos nas urnas. É o caso do presidente turco, Recep Erdogan. Em quatro dias, ele comandou um ataque a opositores que resultou na inviabilização da vida profissional para milhares de professores, reitores, policiais, militares, juízes, promotores e servidores públicos de todos os escalões. Adversários reais ou imaginários do mandatário turco, eles tiveram seus crachás confiscados e seus contratos de trabalho suspensos. Terão de provar que são inocentes do complô de afastar o presidente, numa situação kafkiana de inversão do ônus da prova e dos direitos do acusado.
Artigo
Repressão turca e falência da primavera árabe
Repórter especial de Zero Hora