O secretário estadual da Segurança Pública, Wantuir Jacini, é pouco midiático e está há décadas afastado do Rio Grande do Sul, duas facetas que dificultam a empatia com seus subordinados e com a comunidade em geral. Mas é preciso reconhecer que fez gols em sequência nesse pacote de bondades anunciado nesta quinta-feira pelo governo.
Jacini teve o mérito de convencer o governador a respeito do óbvio: no contexto de uma sociedade em que muitos cidadãos possuem casa própria, atendimento de saúde (ainda que precário) e até um carro (por velho que seja), a criminalidade é a grande preocupação – provavelmente, a maior.
Leia mais
Piratini anuncia medidas do Plano Estadual de Segurança Pública
Rosane de Oliveira: Enfim, o pacote da Segurança
De oito promessas de Sartori para a segurança pública, cinco não andaram
Em grandes cidades, como Porto Alegre e as demais da Região Metropolitana, sair após o escurecer se tornou uma loteria. As ruas estão carentes de policiamento, seja nas áreas centrais ou vilas periféricas. A escalada dos crimes violentos só aumenta, do homicídio (estimulado pelas guerras do tráfico de drogas) ao roubo de veículos. Não há semana sem notícia de inocentes vitimados brutalmente, como o da universitária morta por assaltantes há poucos dias.
Investir é a melhor política na área da segurança e isso será feito agora, após três anos de penúria, a se levar a sério as promessas do governador. Começou dias atrás com promoções nas carreiras de policiais civis e militares, que há muito vinham sendo adiadas. Agora, saiu cronograma das nomeações de policiais, há muito sonhadas pela população.
Mas não pode parar aí. É preciso que saiam do papel as obras no sistema carcerário, verdadeira fábrica de bandidos. E que agentes penitenciários sejam nomeados e promovidos. Somadas, essas medidas podem ser o começo de uma reviravolta, neste tão castigado Rio Grande do Sul.