
As projeções atualizadas da Emater para a safra de verão trazem números que não supreendem. A manutenção do tempo seco no Estado, agravado pelas sucessivas ondas de calor, atingiu em cheio a cultura de maior área e produção: a soja. Os dados apresentados nesta terça-feira (11) na Expodireto Cotrijal mostram que o principal grão cultivado no verão tem perdas tanto na comparação com o que se esperava no início do ciclo (-30,4%), quanto em relação ao resultado do ano passado (-17,4%). No total de produtos, o recuo é de 20,1% sobre a expectativa inicial e de 6% na comparação com o ano passado.
Percentuais que ainda podem ter variação em razão do que ainda está por colher — no caso da soja, só 3% da área total cultivada. E, no momento, a falta de chuva persiste. Uma circulada pelo Interior pode, no entanto, dar uma impressão diferente para quem é leigo no assunto: em muitas paisagens, predomina o tom verde das lavouras.
— É uma estiagem verde. A lavoura ficou dessa cor, mas não formou o grão — comparou o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti.
A comparação é porque a imagem mais comumente associada à estiagem é a de folhas na coloração amarelada e secas. Presidente da Emater, Luciano Schwerz explica que essa é uma estiagem agrícola:
— A cultura consegue se desenvolver minimamente, mas não consegue se reproduzir.
Outro ponto a ser considerado é o de que as perdas têm variações para cima e para baixo da média. Há regiões do Estado onde o efeito da estiagem foi mais acentuado. Existe variabilidade também entre produtores.
O resultado projetado agora para a soja também fica abaixo do colhido em 2024, quando o probema foi o de excesso de chuva.