A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

O excesso de chuva que castigou o Rio Grande do Sul segue aparecendo nas estatísticas de 2024. É o caso dos abates de bovinos no Estado, que registraram queda na contramão do país, que fechou o ano com recorde. O Rio Grande do Sul, aliás, foi o único Estado a terminar o ano com redução nesta categoria.
Conforme dados divulgados na terça-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a queda no número de abates desses animais chegou a 9,5% no Rio Grande do Sul, se comparado com o ano anterior, alcançando 1,6 milhão de cabeças abatidas. Já o Brasil fechou com uma alta de 15,2%, chegando a marca das 39,27 milhões de cabeças abatidas.
— A cheia causou muito prejuízo na infraestrutura, no escoamento da produção e na própria atividade agropecuária, na qualidade de pastagem, por exemplo — relembra Antonia Scalzilli, presidente do Instituto Desenvolve Pecuária.
Presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado (Sicadergs), Ladislau Böes traz outros fatores gaúchos que também influenciaram o desempenho negativo da indústria. As sucessivas estiagens, que reduziram a qualidade das pastagens e afetaram a terminação (engorda do animal para abate), foi um deles. E a entrada de carne de outros Estados a preços mais competitivos ao RS, outro.
— Tudo isso fez também com que se diminísse os abates aqui dentro no Rio Grande do Sul — reforçou Böes à coluna.