A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

O ritmo acelerado da colheita desta safra de verão é mais um efeito da estiagem que assola o Rio Grande do Sul neste ano. Nas lavouras de soja, principal cultivo agrícola do Estado, as máquinas já passaram em 24% dos 6,8 milhões de hectares plantados com o grão, conforme boletim conjuntural da Emater divulgado nesta quinta-feira (27). A porcentagem é 14 pontos percentuais maior do que a registrada no mesmo período do ano passado e dois pontos percentuais maior com relação à média dos últimos cinco anos.
— A falta de chuva apura o ciclo — confirmou Alencar Rugeri, assistente técnico em culturas da Emater, à coluna.
Ainda segundo o técnico, há pelo menos dois fatores para esse cenário. O primeiro é o plantio dentro da janela ideal nesta safra, diferentemente da passada. Na anterior, afetada também pela estiagem, a semeadura atrasou em diversas regiões do Estado.
— Por isso a variação quanto ao avanço da colheita é maior — diz Rugeri.
E o segundo fator tem a ver com a falta de chuva deste ciclo, que apura o desenvolvimento da oleaginosa até chegar na sua etapa de maturação fisiológica.
— E, a partir desse momento, a planta só vai perder água — acrescenta o técnico da Emater.
No caso do milho, o cenário é similar. A colheita alcançou 80% dos 696,6 mil hectares nesta semana, no Estado. Em comparação ao mesmo período da safra passada, representa um avanço de oito pontos percentuais. Já na relação com a média dos últimos cinco anos, chega a 14 pontos percentuais, conforme a Emater.