A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Foram bioinsumos os ingredientes "extras" que ajudaram o Rio Grande do Sul a colher uma safra recorde de arroz orgânico neste ano, apesar da enchente. A estimativa da produção gaúcha, anunciada na abertura da colheita do arroz agroecológica nesta quinta-feira (20), é de alcançar a marca das 14 mil toneladas, em 2,8 mil hectares.
Produzidos dentro de um galpão, no assentamento Filhos de Sepé, em Viamão, há três anos, os biológicos mostraram o seu potencial neste, afirma Nelson Krupinski, da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap) e do Grupo Gestor do Arroz:
— A gente avançou (em 2025) em todos os sentidos. Antes, era um desafio para nós, não tínhamos controle, não tínhamos o que fazer, afinal, somos orgânicos. Se uma largarta atacava, ela devorava boa parte da lavoura. Agora, não mais.
Nesta safra, segundo Krupinski, a aplicação foi feita em 2 mil dos 2,8 mil hectares plantados com arroz orgânico. O serviço é feito por drone, fornecido pela cooperativa, que também faz um acompanhamento técnico. No cardápio dos bioinsumos produzidos no galpão, que leva o nome de Ana Primavesi, há bactérias que auxiliam no desenvolvimento da planta e no controle de pragas. São os chamados ativos biológicos, que atuam na substituição de produtos químicos, como defensivos agrícolas.