
Uma mobilização no Estado e a articulação política em Brasília são dois passos dados nesta semana na mesma direção: fazer avançar a proposta de securitização da dívida de produtores gaúchos. As iniciativas pressionam por definições do governo federal.
Na quarta-feira (19), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) tem programado um ato em São Luiz Gonzaga, nas Missões. O Grito de Alerta, manifestação anual realizada pela entidade, com foco em pautas futuras, dessa vez foi antecipada, explica o presidente Carlos Joel da Silva:
— Nessa situação (de nova estiagem e endividamento), mudamos e faremos agora (o Grito de Alerta) para trazer essa pauta.
Mais de 6 mil agricultores são esperados, conforme o presidente da Fetag-RS.
Em outra frente, em Brasília, o senador Luis Carlos Heinze encaminhou o documento que pede uma reunião com os ministérios da Fazenda, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário para tratar do tema da securitização, debatido em audiência do Senado realizada durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, na última sexta-feira (14). A solicitação leva a assinatura de entidades, parlamentares e representantes do Executivo do Estado.
O tema também deve ser abordado em audiência pública na Comissão da Agricultura, que ocorre nesta quarta (19). Sobre temáticas diversas, Heinze entende que haverá a oportunidade para essa abordagem:
— O principal ponto são as prorrogações dos débitos que estão vencendo em março abril, maio, enquanto se vota o projeto no Senado.
É uma referência ao projeto de lei, protocolado por ele que propõe a securitização. Um outro, do deputado Pedro Westphalen, tramita na Câmara.
— A securitização é uma coisa normal no mundo. É transformar vários fluxos de caixa distintos, com dívidas diferentes, em uma única. A matriz do crédito norte-americano é a securitização. E não é crédito rural. Eu estou falando crédito — explicou Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) em evento durante a Expodireto.