
Nos campos, as máquinas fazem o trabalho de colheita avançar no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional de arroz. Dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) divulgados nesta quinta-feira (20) mostram que da área total cultivada no Estado, 39% foi colhida.
Em contrapartida, há um recuo nas cotações: conforme o indicador Cepea/Irga-RS, o valor da saca teve queda de 19,2% nos últimos 30 dias. A entrada entrada da safra costuma ser um período de baixa nos preços — a oferta fica maior. Mas a redução verificada neste momento "está mais acentuada do que se esperava", avalia Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS):
— O mercado está caindo por uma expectativa de safra muito maior... Está se falando em supersafra, o que não existe.
A referência é em relação ao volume a ser colhido no Brasil — e no Mercosul. O dirigente pondera, no entanto, que as lavouras ainda por colher englobam áreas semeadas fora da melhor época. Outro problema que tem surgido em razão das altas temperaturas.
— Temos de aguardar os próximos 15 dias, teremos uma ideia melhor (da safra), porque começaremos a colher essa área plantada fora da melhor época e afetada por acamamento (quando a lavoura "deita" em razão do vento intenso) — diz Velho.
A preocupação é com o ponto de equilíbrio em relação aos custos — que seguem na faixa entre R$ 90 e R$ 100. O dirigente ressalva que há regiões onde a produtividade média é menor, acarretando prejuízo ao agricultor.
Luiz Fernando Siqueira, gerente da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural do Irga, explica que a colheita tem evoluído rapidamente, graças às condições favoráveis para essa tarefa.
— Divulgaremos produtividade e produção quando chegarmos a 50% da área colhida, para ter uma expectativa mais próxima da realidade — acrescenta Siqueira.
A região mais adiantada na colheita é a da Fronteira Oeste, que alcança um percentual de 60%. A mais atrasada, a Zona Sul. Apesar de altamente mecanizada, explica o gerente, foi a última a semear por conta das condições climáticas desfavoráveis.