A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Com a expansão do cultivo da pitaia no Estado, produtores começam a enxergar terreno fértil também para agregar renda com a fruta exótica. Uma das últimas novidades foi lançada durante a abertura oficial da colheita gaúcha, em Itatiba do Sul, no Norte: o chope de pitaia.
Em parceria com a Ágape Cervejaria, de Barão de Cotegipe, a bebida surgiu para a propriedade de José Cavalli, que sediou a cerimônia, como uma alternativa de escoar parte do volume colhido da fruta, "em meio a tanta produção":
— Além de não desperdiçar alimentos, é uma fonte de renda que poderá, no futuro, ser a principal da propriedade.
Atualmente, além da pitaia, a família Cavalli cultiva milho, abacate e citros para comercialização. Só de pitaia, das espécies de polpa vermelha e branca e casca rosa e amarela, produziu, nesta safra, seis toneladas, volume 30% superior ao registrado no ano passado — e detalhe: todas orgânicas.
Do volume colhido, cerca de 80% é comercializado diretamente com o consumidor. O restante é distribuído em vendas para mercados e feiras e indústria. Mas a ideia, continua o produtor, é reduzir essa fatia e lançar outros alimentos à base de pitaia.
O cultivo no RS
O último levantamento da Emater, realizado em 2023, indica que o Estado envolve 276 agricultores e 144,5 hectares no cultivo de pitaia. No entanto, o gerente técnico estadual adjunto da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, Luís Bohn, estima que, só em área, o número deva chegar a 200 hectares atualmente.
— Ainda é uma área incipiente, mas já existem produtores que, inclusive, só vivem do cultivo dessa fruta — pondera Bohn.