A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
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A união de esforços do setor arrozeiro, que ajudou a drenar a enchente de maio no Rio Grande do Sul, vai ficar, literalmente, na história. Com o nome "Drenar", o trabalho voluntário ganha, a partir da semana que vem, um livro. A obra, que relembra em 123 páginas a tragédia climática e a onda solidária no setor produtivo, será lançada na próxima quarta-feira (19), durante a Abertura da Colheita de Arroz.
Um dos líderes na drenagem da água que invadiu o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, Daniel Jaeger Gonçalves da Silva explicou que a ideia surgiu para não deixar que iniciativas como essas se percam na história:
— Embora triste, a história também é feita de momentos tristes. E, diferente da enchente de 1941, sobre a qual não temos tantos registros, precisamos ter desta vez para que isso não ocorra mais.
Valquiria Vita, diretora da Legado Histórias de Vida, editora de Caxias do Sul que escreveu o livro, acrescentou:
— Foi também para deixar registrado uma iniciativa voluntária, que surgiu de forma orgânica e da vontade de ajudar o próximo.
O trabalho, que começou com cinco produtores em Pelotas, se transformou, no passar dos dias, em um movimento organizado — e ganhou até nome: "Drenar RS".
De Pelotas, a solidariedade foi até o aeroporto da capital gaúcha, onde diversas partes do setor produtivo se envolveram, com as próprias mãos e com o empréstimo de bombas de drenagem de água, utilizadas em lavouras de arroz. E, no início de junho, o espaço estava seco outra vez.