A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja, no próximo dia 27, ao Japão na tentativa de abrir o mercado do país asiático à carne bovina brasileira. A fatia que cabe ao Rio Grande do Sul, no entanto, não deve vir agora, projetou Ladislau Böes, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs), ao Campo e Lavoura da Rádio Gaúcha deste domingo (16):
— A gente acredita que, no médio a longo prazo, consiga atender o mercado japonês, que é importante.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), mais da metade do consumo de carne bovina do Japão vem de importações. A maior parte desse volume vem dos Estados Unidos e da Austrália, a custos mais altos do que os normalmente fornecidos pelo Brasil.
O Brasil, em contrapartida, é o maior exportador de carne bovina e vem crescendo, ano após ano, o volume de embarques. No ano passado, alcançou o recorde de 2,9 milhões de toneladas embarcadas, crescimento de 26% em comparação ao ano anterior.
Já os embarques do Rio Grande do Sul são mais tímidos. Atualmente, o Estado exporta apenas 10% da sua produção anual de carne bovina. Para 2025, a expectativa, no entanto, é de que haja um incremento de 15% para países que já são clientes da proteína gaúcha, como Hong Kong e Emirados Árabes, e os recém abertos Canadá, Argélia e Marrocos.
Na rota de Lula para o mercado de carne também está o Vietnã, onde deve parar na sequência.