A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Se você achou que o churrasco encareceu em 2024, está certo. Levantamento do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (NESPro), da UFRGS, aponta que o preço médio da carne bovina cresceu 23% no acumulado do ano passado. Entre os 11 cortes monitorados, todos ficaram mais caros e seis subiram acima da média.
Entranha e filé mignon estão nessa relação (veja a lista completa abaixo). O preço médio do quilo da entranha, por exemplo, fechou o ano em R$ 43,20, alta de 39,4%. Na sequência, vem o filé mignon. O quilo ficou em R$ 69,70, alta de 26,7%.
Além da maior demanda, houve uma mudança que partiu do campo — e influenciou em uma reação de preços do boi gordo e, consequentemente, no varejo. Coordenador do NESPro, Júlio Barcellos justifica:
— Com a enchente, o atraso na produção de pasto e nas colheitas agrícolas, houve uma escassez de gado muito grande.
Associado a isso, há o crescimento de exportação de gado para a China em setembro. E a manutenção de consumo da proteína, influenciado pelo 13º salário, ajudas sociais decorrente da enchente e confraternizações de final de ano, acrescenta Barcellos.
Os cortes que mais encareceram
- Entranha: o preço médio do quilo fechou o ano em R$ 43,20, alta de 39,4%
- Filé mignon: o preço médio do quilo fechou o ano em R$ 69,70, alta de 26,7%
- Vazio: o preço médio do quilo fechou o ano em R$ 59,00, alta de 26,3%
- Picanha: o preço médio do quilo fechou o ano em R$ 100,00, alta de 25%
- Contra-filé: o preço médio do quilo fechou o ano em R$ 79,20, alta de 23,7%
- Entrecot: o preço médio do quilo fechou o ano em R$ 80,00, alta de 23,1%
Fonte: NESPro