Fosse comparada às cores da sinaleira, a situação das lavouras de verão no Rio Grande do Sul em razão da falta ou pouca chuva seria, neste momento, de amarelo piscante. A atenção exigida, enquanto a safra "avança", é usada para classificar a situação do Estado como um todo.
Assistente técnico estadual de culturas na Emater, Alencar Rugeri lembra que, considerando situações específicas, o sinal muda. Há 25% das lavouras em que a cor já é a vermelha. Outras 25% onde segue verde. E em 50%, "tudo depende do que está por vir para frente".
— O impacto (da falta de chuva) já tem uma importância significativa na safra. Na avaliação do produtor, está comprometida naquilo que esperava colher. Para a do Estado, ainda tem de esperar — pontua Rugeri.
O técnico participou das visitas a propriedades em Santa Rosa, realizadas nesta quinta-feira (16), conduzidas pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, e que também contaram com a presença do presidente da Emater, Luciano Schwerz. O município do Noroeste também foi palco da reunião do Fórum Permanente de Combate à Estiagem.
— A chuva está totalmente irregular. Visitamos uma propriedade onde a soja plantada está com 20cm e tinha de estar com 60cm. Já "encomendei" um estudo técnico da Emater relatando a situação das diferentes regiões para entregarmos ao governador para ele discutir com as entidades medidas emergenciais — disse à coluna Covatti.
Ele acrescentou que, nos próximos dias, será anunciado um investimento do Estado para a implementação de um grande programa para a recuperação do solo — que já estava previsto, em razão dos estragos deixados pela cheia, mas considerado parte da estratégia para conferir resiliência climática aos produtores do RS.
Com danos que não podem mais ser reparados em algumas regiões, a expectativa fica em torno das lavouras "que ainda têm salvação". A depender da chuva na medida certa e da etapa de desenvolvimento em que estão.
— Hoje, temos menos da metade da safra de soja com risco elevado, em floração e enchimento de grão — exemplifica Rugeri.
O levantamento semanal da Emater divulgado nesta quinta-feira (16) mostra que 36% da área total estimada para a soja no RS está nas fases de floração e enchimento de grão, quando a umidade é essencial para a definição da produtividade da planta.