A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Vem de uma propriedade do sul do Estado uma das estreias da edição da Expointer deste ano. Os caprinos da raça savana participarão da exposição pela primeira vez. Os dois exemplares inscritos pertencem ao produtor Renato Moreira, de Santana da Boa Vista.
— Depois de investir na raça kalahari e obter grandes resultados em rusticidade, característica essencial para o sul do Rio Grande do Sul, passei a estudar a raça savana, que também se destaca em rusticidade em outros Estados.
E foi assim que ele chegou a um criatório em Pernambuco, onde buscou seus exemplares (no total da propriedade, são oito). Moreira está otimista de que os negócios sejam positivos. Ele cria os animais para genética, mas, no futuro, pretende também abatê-los.
Presidente da Associação de Caprinocultores do Rio Grande do Sul (Caprisul), Jônatas Grellmann Breunig explica que esses animais são originários da África do Sul e voltados à produção de carne. Sobre a rusticidade, comenta:
— A característica de todas essas raças africanas é ter a pele mais escura para aguentar bastante sol.
Outra novidade é a participação oficial da raça de ovinos merino australiano naturalmente colorido. O exemplar inscrito vem da propriedade do produtor e médico veterinário Everson Bravo, em Glorinha, na Região Metropolitana. Também inspetor técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (Arco), desde 2020 cria animais da raça (com aptidão para a produção de lã). Hoje, tem 10 entre os 120 do plantel.
— Os pretos nascem dos brancos, mas isso é muito raro de acontecer e, desde 2020, eu venho selecionando (os pretos). A seleção do merino australiano sempre foi voltada para a lã branca, por poder ser tingida e possibilitar homogeneidade no tingimento. A lã manchada ou preta era descartada — explica o produtor.
Além das primeiras participações, há um retorno previsto. Depois de 34 anos de ausência, os jumento da raça pêga voltam ao parque Assis Brasil. Os 10 exemplares são do criador Martin Frank Herman, com propriedade localizada no interior de São Paulo, em Itapetininga. Estreante na feira, ele diz estar animado:
— A minha expectativa é das melhores possíveis. Vocês fazem uma das maiores festas da América Latina, indiscutivelmente. Quero mostrar a produção de todos esses anos, divulgar nossa produção no Rio Grande do Sul.
De acordo com o coordenador institucional da Associação Brasileira dos Criadores de Jumento Pêga, Ronan Costa do Carmo, os ancestrais da raça são do nordeste da África e na bacia do Mediterrâneo. No Brasil, foram introduzidos por volta de 1534. Entre as características desses animais, está a capacidade para o trabalho, sela ou lazer, força, agilidade, rusticidade e sobriedade.