Como medida emergencial para tentar aplacar a crise na atividade leiteira no Rio Grande do Sul, o governo federal deve anunciar na próxima semana medida de compra do produto. Já se sabe que a aquisição será feita via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Seriam R$ 100 milhões para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) na modalidade doação simultânea — com o objetivo de atender pessoas em situação de vulnerabilidade social .
A ação foi um dos temas debatidos na sexta-feira (4), em reunião, na Capital, com representantes do setor e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, além de outros representantes do governo federal. Articulador do encontro, o presidente da Conab, Edegar Pretto, afirma que a autorização para a compra já foi dada. Como será feita, qual valor e data do anúncio estão em definição.
— Possivelmente na quinta ou na sexta. Eu trabalho com a semana que vem — indica Pretto.
Vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), Eugênio Zanetti estava na reunião, que classificou como “muito produtiva”. Alckmin explicou que a crise no setor de lácteos vem sendo tratada por um grupo interministerial. Uma das questões avaliadas é a denúncia de suspeita de triangulação do produto vindo da Argentina e de que o leite em pó estaria sendo reidratado e vendido como longa vida (UHT) no Brasil, o que não é permitido.
O avanço expressivo das importações de Uruguai, Argentina e Paraguai — só no leite em pó, chegou a 437%, entre janeiro e junho deste ano, conforme dados levantados pela Fetag-RS. Com custo menor e subsídio governamental, esses países conseguem ser mais competitivos no preço, argumenta a entidade.
Uma das medidas em estudo, conforme relatou o vice-presidente é alguma forma de incentivo ao produtor brasileiro.
As modificações feitas nas regras para o acesso ao Proagro (seguro voltado a produtores familiares) também entraram na pauta. E reforçaram os pedidos já encaminhados e que levaram a protesto na última terça-feira (1º) em Porto Xavier.
— O produtor de leite pede socorro, senão, corre-se o risco de mais abandonarem a atividade — alerta Zanetti.