Duas grandes potências do agronegócio, Brasil e Estados Unidos têm espaço para irem além da competição inerente a dois grandes players globais. Das pesquisas em biotecnologia à genética bovina, há espaço para a troca, a cooperação e oportunidades de negócio. Razão pela qual a Embaixada americana se fez mais uma vez presente na Expointer, no Pavilhão Internacional. Na passagem pelo parque Assis Brasil, em Esteio, o encarregado de Negócios da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, Douglas Koneff, teve a chance de aprender, na escola do chimarrão, a fazer essa bebida tão típica dos gaúchos. E provou (e aprovou) o xis salada servido por aqui. Em entrevista à coluna, ele falou sobre os pontos de convergência dos dois países. Confira trechos da entrevista.
O que os Estados Unidos e o Brasil, grandes potências do agronegócio, têm a contribuir um com o outro?
Temos muita sinergia entre os Estados Unidos e o Brasil. Juntos, alimentamos quase um quarto da população global, contribuímos para a segurança alimentar. Estamos trabalhando em parceria também quando se trata de biotecnologia, regulamentações com base em Ciência, pesquisas, tudo isso. Um exemplo dessa sinergia é a genética bovina, que movimenta quase US$ 5 milhões e abre o mercado para ambos países. Fazemos 200 intercâmbios técnicos por ano, divulgando pesquisas agrícolas, e uma série de workshops entre o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) e a Embrapa. Temos pesquisa para aumentar a eficiência dos fertilizantes, um assunto tão importante para os dois países e para outros do mundo. Em 2023, a Associação Brasileira de Angus vai para o Missouri e cinco outros Estados americanos, para aprender como fazer testes genéticos avançados com o gado de corte e de leite. Isso é importante para que os produtores brasileiros possam saber, desde o primeiro dia de vida do animal, qual o seu valor e, com isso, investir dinheiro para ser mais produtivo.
Qual o caminho para uma empresa ou um produtor que tem interesse em buscar espaço no mercado americano?
O Departamento de Comércio trabalha com empresas brasileiras que estão interessadas em investir nos Estados Unidos. Há dias, no Rio Grande do Sul, falei com empresas sobre os desafios e as oportunidades do mercado norte-americano. Claro que acontecimentos como a pandemia e a guerra da Rússia na Ucrânia afetam o mercado global. Apesar disso, o departamento está trabalhando junto para ajudar e guiar as empreesas brasileiras para investir nos Estados Unidos. E estamos investindo aqui também. O importante desse investimento é que cria emprego. A John Deere, por exemplo, emprega mais de 4 mil pessoas no Estado.
Quais produtos do agro brasileiro despertam o interesse dos Estados Unidos?
A carne bovina está crescendo como nunca. Estamos batendo recordes. E vamos bater outro recorde neste ano, com certeza. Além disso, acho que os Estados Unidos gostariam de experimentar o xis salada. O chimarrão também.
O que o senhor considera importante em uma feira como a Expointer para fazer essa conexão entre quem quer vender e quem quer comprar?
A participação de tantas empresas e pessoas norte-americanas aqui. É uma mostra dessa relação forte, desse interesse por parte dos norte-americanos no mercado brasileiro.