Quando o assunto é abacaxi (a fruta, é bom ressaltar), os gaúchos logo associam ao nome do município que, não por acaso, é o principal produtor do Estado: Terra de Areia. É lá que é está 95% do cultivo no Rio Grande do Sul, conforme a Emater. Torres e Três Cachoeiras também dedicam espaço à produção.
Plantado de forma escalonada em 330 hectares em Terra de Areia, está em plena colheita, que segue até maio. Em torno de 65% da produção estimada — entre 8,5 mil a 9 mil frutas — já foi colhida, detalha Wolnei Marcio Fenner, extensionista rural da Emater em Terra de Areia. A região, sem geadas frequentes, é propícia para o desenvolvimento.
– Houve perdas por geada em 2020, mas foram em lavouras específicas. Prejudicou muito os produtores afetados, mas, na média geral, não teve muito efeito – avalia.
Sobre o "segredo" do sabor reconhecido, o extensionista da Emater revela que está no ponto de colheita. O abacaxi é um fruto não-climatérico, o que significa que, ao ser colhido, para de produzir açúcar. Logo, quanto mais tempo na planta, mais doce fica. E o estágio final do seu desenvolvimento também o deixa mais macio. Resultado: a fruta chega mais madura e em menos tempo ao consumidor.
– O abacaxi colhido fora (em Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Bahia) precisa ser apanhado bastante verde para que consiga chegar aqui inteiro, então acaba sendo mais azedo.
Na atual safra, além da doçura já característica, Fenner destaca que os frutos estão maiores e mais sadios, consequência do trabalho dos agricultores em trazer melhorias na qualidade.
No bolso
No maior produtor do Estado, Terra de Areia, o preço médio do abacaxi, pago ao produtor, tem ficado em R$ 2,20, na atual safra. O valor está cerca de 15% acima do ciclo anterior, conforme a Emater.
Para o consumidor, levantamento feito pelo IEPE/UFRGS mostra que, em dezembro, o valor médio da unidade foi R$ 5,12, leve recuo, de 2,86%, em relação a igual mês de 2019.
*Colaborou Isadora Garcia