A chuva intensa na Fronteira Oeste, que tirou de casa 900 pessoas em Alegrete, também deve produzir estragos na produção. A região é importante polo de arroz — somente Uruguaiana, Itaqui e São Borja, que estão com lavouras submersas, somam cerca de 30% da área total cultivada com o cereal no Estado, segundo a Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz).
— Com certeza, teremos perdas. Ainda não temos como quantificar, até porque a chuva não parou. Além dos alagamentos, a falta de luminosidade também é ruim para a cultura. Teremos danos mecânicos, impacto da falta de luz e problemas de manejo — observa Guinter Frantz, presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
A presidente da Associação de Arrozeiros de Alegrete, Maria de Fátima Marchezan, acrescenta que a velocidade da água é outro motivo de preocupação, porque pode levar as plantas. Da mesma forma, as lavouras de soja da região serão diretamente impactadas.
— Em lavouras muito próximas de rios, a planta acaba deitando. Estamos em situação de monitoramento. Foram três dias direto de chuva — complementa Cleiton Ramão, agrônomo do Irga.
Há ainda a questão estrutural, de estradas e pontes danificadas, que prejudica o escoamento da safra
Como muitas propriedades estão sitiadas – nem sequer é possível chegar até elas – o tamanho exato das perdas só deve ser conhecido quando a água baixar.
- Segundo a meteorologista e consultora do Irga Jossana Cera, a chuva mais intensa nas regiões da Fronteira Oeste devem cessar até esta sexta-feira (11). A tendência é de que diminuam de intensidade.
- As projeções mostram que o Rio Grande do Sul seguirá tendo áreas de instabilidade até 22 fevereiro. Conforme Jossana, em algum momento poderá haver precipitações mais fortes, porém em áreas localizadas.