Com dívidas que foram se empilhando ao longo de anos, a Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) viu sua saúde financeira ruir. As contas no vermelho passaram a ser uma realidade constante. No ano passado, no entanto, a conclusão de acordo trabalhista em ação referente ao piso salarial ajudou a diminuir – um pouco – o tamanho do rombo da estatal. O resultado líquido do exercício ficou em positivos R$ 59,56 milhões – ante prejuízo de R$ 188,09 milhões em 2015.
– O grande diferencial foi o acordo. A provisão de pagamento, que era de cerca de R$ 198 milhões, passou a ser real, de R$ 119 milhões. Isso fez mudar o resultado de negativo para positivo. Mas não é lucro, estamos apenas devendo menos – pondera Carlos Vanderley Kercher, presidente da Cesa.
O acerto a que se refere é da ação do Sindicato dos Auxiliares em Administração de Armazéns Gerais (Sagers) que se arrastava há anos. O governo irá pagar a dívida em 72 parcelas.
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O total do passivo também diminuiu. O patrimônio líquido ficou menos negativo, mas segue negativo. Ou seja: mesmo que vendesse tudo o que tem, a Cesa seguiria com débitos.
– É difícil arrumar números positivos quando se tem uma dívida acumulada tão grande – reconhece Kercher.
Dentro da proposta atual de venda de unidades, enxugando a estrutura da companhia, o que se tem feito é tentar colocar o máximo possível as contas em dias. Só em pagamentos de acertos trabalhistas anteriores, segundo o presidente, são cerca de R$ 500 mil desembolsados por mês.
Para arrumar compradores, em tese, é preciso deixar a Cesa o mais viável possível. Até agora, duas unidades foram negociadas (Júlio de Castilhos e Nova Prata) – e a renda será revertida para pagamento do acordo do piso salarial. Até amanhã, novo edital, dessa vez para negociar a unidade de Santa Bárbara, deve sair. E na próxima semana, poderá ser publicado o de Passo Fundo.