
O chocolate vem subindo de preço há mais tempo, mas só nos últimos 12 meses a alta acumulada é de 19,14% na região metropolitana de Porto Alegre, segundo a pesquisa do IBGE para calcular o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). É quase cinco vezes a inflação geral do período para os gaúchos.
O motivo é, principalmente, a alta do preço do cacau, matéria-prima básica do chocolate. Segundo o presidente da Associação de Chocolateiros de Gramado (Achoco), Fabiano Contini, houve picos de 300% de aumento no mercado internacional, mas subiu de 140% a 190% o fruto produzido na Bahia, de onde a maior parte dos fabricantes gaúchos compra.
E quando deve cair? Quando aumentar a oferta de cacau. Contini lembra que muitos produtores foram para outros cultivos e criações da agropecuária, que eram mais rentáveis. Porém, se o mercado passou a pagar um preço maior, devem retornar e o preço se ajustar.
- Acreditamos que a normalização de preço ocorra em 2027, pelo ciclo da plantação está ocorrendo em 2025 e 2026. Um pé de cacau começa a produzir a partir do terceiro ano - explica.

Mas ele pondera:
- Claro que dependemos de uma reserva de uma grande multinacional. Tomara que não seja aprovada, pois puxaria muito o preço na bolsa.
O presidente da Achoco se refere ao pedido da Hershey ao principal órgão regulador de derivativos dos Estados Unidos - o Commodity Futures Trading Commission - para comprar 90 mil toneladas de cacau na bolsa de Nova York. O motivo é a escassez global pelo quarto ano consecutivo, com recorde de preços. Doenças e mau tempo afetaram colheitas na Costa do Marfim e em Gana, que respondem por mais de 60% da produção mundial.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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