O jornalista Guilherme Jacques colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço.
Digitalização foi um dos temas centrais da 115º NRF, feira mundial de varejo realizada em Nova York, nos Estados Unidos, nos últimos dias. Seja pelo ponto de vista de como integrá-la às lojas físicas e tirar proveito, seja para o aperfeiçoar aplicações como a inteligência artificial. Não são exatamente debates novos, mas consolidam movimentos, segundo a avaliação do CEO da Lojas Renner, Fabio Faccio, feita ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha.
– Os varejistas brasileiros estão até bem avançados, mas essa discussão é uma confirmação de que as melhorias passam por um uso bem-feito da inteligência artificial, de tecnologias de automação e personalização – cita, dando o exemplo de algoritmos que ajudam a identificar os produtos que devem ser oferecidos aos clientes.
Quanto à busca por integrar lojas físicas e digital, debate que também permeou a feira, Faccio destaca que eles andam juntos. Vai na linha do que uma gigante como a Lojas Renner já pratica há algum tempo, através dos caixas de autoatendimento, por exemplo – que ele cita como um dos exemplos comentados pelos corredores do evento.
O executivo reconhece, porém, que há desafios. Aponta a necessidade de ter as “facilidades do digital no físico”, mas considera que o mais difícil seja implementar “as maravilhas do físico no digital”:
– A experiência tem que ser completa, fluida e integrada. As pessoas vivem presencialmente, mas também se comunicam e vivem digitalmente. No consumo, no varejo, é igual.
Comitiva gaúcha
A inteligência artificial na NRF também foi o principal ponto para o conselheiro da Federação das Associações Gaúchas do Varejo (FAGV) Sérgio Galbinski, que integrou a comitiva de empresários e líderes do varejo gaúcho na feira.
– Vimos usos da IA tanto com os colaboradores como com os clientes. Com os colaboradores, para o treinamento, e com os clientes, para verificar perfil dele, do consumo e oferecer produtos corretamente, evitando quebra de estoque – destaca.
Já o presidente do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas POA), Arcione Piva, que também esteve por lá, chama atenção para o uso da tecnologia para melhorar lojas físicas, em uma estratégia aliada a outras ações.
– São muitas possibilidades, desde etiquetas para rastrear produtos até o uso de IA para descrevê-los, além de campanhas e processos. Algumas coisas que se pode fazer com baixíssimo investimento – frisa.
Em tempo, Piva lembra que a NRF antecipa temas e tendências que serão discutidos na Feira Brasileira do Varejo (FBV), marcada para maio, em Porto Alegre.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Leia aqui outras notícias da coluna