
Aprovada pelo comitê do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs) — fundo para reconstrução do Estado com recursos da suspensão do pagamento da dívida com a União — a destinação de R$ 731 milhões para dragagem e demais obras nas hidrovias gaúchas. A proposta foi apresentada pelo secretário estadual de Logística e Transporte, Juvir Costella, que prevê iniciar as contratações mais emergenciais em novembro, com início dos primeiros serviços em dezembro.
— Usaremos batimetrias (medição dos sedimentos que precisam ser retirados) que já temos e faremos as que faltam simultaneamente às dragagens. Os pontos mais urgentes são Itapuã, Pedras Brancas, Feitoria, Leitão e Furadinho. Para o porto de Rio Grande, porém, precisamos da licença do Ibama — detalha o secretário.
O programa estratégico apresentado na reunião desta quinta-feira (7) no Funrigs propõe reconstruir infraestruturas terrestres, de acostagem (onde navios atracam) e de controle de portos, com ênfase no porto de Porto Alegre. Também busca restaurar as profundidades dos canais de navegação, incluindo o porto de Rio Grande, a hidrovia da Lagoa dos Patos, o Guaíba e seus afluentes impactados pela enchente.

A manutenção dos canais navegáveis não é feita há anos e o custo saltou com a enchente. Na semana passada, mais um navio encalhou, emperrando outras embarcações. No polo petroquímico de Triunfo, a Braskem teve que assumir uma dragagem pontual e emergencial para as empresas não paralisarem produção.

- É uma ótima notícia. Mas vamos aguardar o início do serviço. Já vivemos em outros momentos a expectativa da liberação de verba - tanto pelo governo federal quanto pelo estadual -, que acabou não avançando - diz o presidente da Associação das Hidrovias do Rio Grande do Sul (Hidrovias RS), Wilen Manteli.
Após a cheia, o governo federal chegou a prometer a verba para a dragagem, a ser conduzida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), mas as contratações nem chegaram a ser iniciadas. A manutenção e recuperação da sinalização dos canais será com recurso da Portos RS, empresa pública do Estado.
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: Novos trechos da Orla, súper raiz de SC, recuperação judicial no turismo e fechamento da Multisom
É assinante mas ainda não recebe a carta semanal exclusiva da Giane Guerra? Clique aqui e se inscreva.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna