Um tombo no meio de uma apresentação da escola me ensinou que tenho que levantar depois de cair. E, preferencialmente, fazê-lo rápido. Eu tinha nove anos e estava dançando balé há poucos meses. Fascinada pela sapatilha de ponta, queria mostrar minha conquista aos colegas da turma. Então, propus à professora encenarmos uma história de um livro que eu tinha em casa. Eu nem queria ser uma das personagens principais, queria ser a borboleta, para poder "voar" na minha sapatilha de ponta. Fizemos as fantasias com o que tínhamos em casa e na escola, ensaiamos e fomos apresentar a peça para nós mesmos no fundo da sala de aula. Eu só tinha que atravessar de um lado ao outro, mas escorreguei e caí não muito depois do início do trajeto. Lembro claramente que respirei, levantei, subi na ponta de novo e segui. Se não o fizesse, desestabilizaria todo mundo e a peça tinha que acontecer e ponto.
Ensinamentos da infância
Opinião
Giane Guerra: "O meu tombo de borboleta"
Para comemorar o Dia das Crianças, em 12 de outubro, GZH convidou colunistas e comunicadores para escrever sobre a sua infância
Giane Guerra
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