Com o juro alto de um lado e o consumidor na retranca de outro, o varejo foi falar com o presidente Lula. A reunião em Brasília com o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) teve representantes de redes que vão dos eletrodomésticos aos materiais de construção e confecções. De três fontes, a coluna ouviu que foi muito boa.
O juro foi um dos temas centrais. Além de Lula, o Banco Central passou a receber pressão pública da empresária Luiza Trajano, da Magalu. Mas nem todos os empresários acham que tem que ser assim, pelo receio de que algo precipitado provoque um efeito rebote com alta do dólar e da inflação depois, sem falar da interferência política no que precisa ser técnico. As apostas mais serenas são de que o Banco Central manterá a Selic em 13,75% na semana que vem, sinalizando na ata o espaço para corte e reduzindo a partir de agosto.
Lula também pediu e recebeu ideias dos lojistas sobre a reforma tributária, além da preocupação de que aumente carga sobre consumo e renda. A substituição tributária deve continuar, mas com regulamentação depois. A inclusão do varejo entre os 17 setores com desoneração de folha de pagamento também foi solicitada, mas este é um assunto delicado pelo impacto na receita.
O apoio mais explícito do governo, porém, veio da fiscalização para compras em sites estrangeiros pagarem os impostos. Na reunião, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que está esperando repostas dos governadores até o final de semana para tributar nas plataformas digitais, o que deve ocorrer na hora da compra.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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