Para quem gosta de finanças e de projeções econômicas, a palestra da Deloitte é sempre imperdível na NRF, feira internacional de varejo que acontece há 112 anos aqui em Nova York. A consultoria existe desde 1845 e é uma das mais conhecidas do mundo. Desta vez, o economista-chefe global da empresa, Ira Kalish, falou mais dos Estados Unidos, China e Europa. Comentou que os bancos centrais do mundo têm feito um bom trabalho no controle da inflação. Do PIB norte-americano, destaca o patamar melhor do que no pré-pandemia. Também projeta que a inflação, tão tratada atualmente por aqui como desafio econômico, durará de um a dois anos. Acrescentou que a Europa vive a mesma situação.
Já no caso da China, Kalish ponderou que a economia vai desacelerar por problemas no mercado imobiliário, tomado de imóveis desocupados. Lembrou do caso da gigante Evergrande, que vem ameaçando sucessivos calotes, gerando temor de que a quebra gere um efeito dominó na economia chinesa como um tudo. Outro ponto é a baixa taxa de natalidade, o que provoca um envelhecimento da população.
Na perspectiva do economista da Deloitte, o governo chinês deverá reforçar o mercado consumidor. É uma boa dica para o Brasil, inclusive para o Rio Grande do Sul, já que a China é o principal destino das exportações gaúchas. Relembre o que a coluna publicou: Exportação do RS cresce 50% com China comprando 80% mais
Mas a parte mais interessante foi quando o economista listou como a Deloitte mostrou o que esperar do mundo pós-covid; confira os oito pontos listados:
1 - Mais trabalho e compras remotos
2 - Menos demanda por combustíveis reduzirá o preço do petróleo, além da transição para a energia renovável
3 - Menos escritórios e menos lojas físicas
4 - Mais investimento em tecnologia da informação
5 - Estresse no mercado financeiro para fazer esse ajuste do valor das companhias a essas nova realidade
6 - Mudança na produtividade com a aceleração do home office e do uso de tecnologia
7 - Desequilíbrio do mercado de trabalho, com aumento de desigualdade. Menos emprego em lojas, mais em tecnologia
8 - Falta de mão de obra qualificada gera, no longo prazo, mais investimento em capital humano
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* A coluna Acerto de Contas, do Grupo RBS, está em Nova York para cobrir a 112a. NRF, feira anual de varejo, a convite de Sindilojas Porto Alegre e CDL Porto Alegre. Participa do grupo FFX Eperience.