Para responder à nova realidade, o varejo correu atrás da máquina na pandemia. O consumidor teve muitas das suas necessidades atendidas e, certamente, não pretende abrir mão de muitas formas de comprar a que teve acesso. Na abertura da 112ª edição da NRF, feira de varejo aqui em Nova York, o presidente que deixa agora o cargo da National Retail Federation (NRF), Mike George, alertou:
- Agora que os consumidores sabem do que somos capazes, eles esperam isso da gente. Vamos ter que acelerar - diz o executivo, que também comanda o conglomerado Qurate Retail.
Ele refere-se, principalmente, à transformação digital. Não apenas no momento em que o consumidor pesquisa e compra o produto, mas na forma e rapidez da entrega. Há, ainda, por trás uma inteligência de dados que identifica o que o consumidor precisa e quer. Isso avançou aceleradamente na pandemia, com muita tecnologia envolvida.
- A despeito da inflação, da falta de produtos e das preocupações da pandemia, 2021 foi um ano excepcional. Crescemos 14% em cima de um avanço de 7%. Estamos além dos patamares anteriores - diz George.
Boa parte do crescimento veio do e-commerce, mas nem tudo. A venda em lojas também cresceu, diz ele, que defende uma performance equilibrada.
-É preciso uma experiência mais humana para fazer compras.
Para fechar, George também lamentou o baixo índice de vacinação, que está em 70%.
- É trágico. O varejo vem trabalhando para conscientização dos funcionários
Mas, na última semana, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu impedir que o governo de Joe Biden exija que funcionários de grandes empresas se vacinem ou se submetam a testes semanais para a covid-19. Foi uma derrota da Casa Branca. As regras anunciadas por Biden em setembro previam que trabalhadores de empresas de cem ou mais funcionários fossem vacinados ou passassem semanalmente por exames para entrar nos locais de trabalho. A maioria dos juízes da Suprema Corte entendeu que o governo extrapolou sua autoridade ao tentar impor as regras para as empresas. Mais de 80 milhões de trabalhadores norte-americanos seriam atingidos pelo plano, que a Casa Branca diz ser necessário para conter a disseminação da covid-19 nos Estados Unidos, que está com cerca de 63% da população vacinada. Os planos de Biden para as grandes empresas foram contestados judicialmente por governadores republicanos, por algumas companhias, por grupos religiosos e por entidades empresariais, como a Federação Nacional de Varejo (NRF).
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* A coluna Acerto de Contas, do Grupo RBS, está em Nova York para cobrir a 112a. NRF, feira anual de varejo, a convite de Sindilojas Porto Alegre e CDL Porto Alegre. Participa do grupo FFX Eperience.