Os leitores já estavam avisando e a coluna Acerto de Contas tinha ido buscar o motivo do aumento do preço da gasolina comum nos últimos dias. Agora, isso apareceu na pesquisa da Agência Nacional do Petrólelo.
O levantamento da ANP identificou alta de 19 centavos no preço médio do combustível nos postos de Porto Alegre. O custo passou de R$ 4,28 para R$ 4,47 na nova divulgação semanal. A pesquisa encontrou o litro custando de R$ 4,19 até R$ 4,59.
Na média estadual, houve um aumento, mas menos intenso. A elevação na média da gasolina comum foi de cinco centavos, passando de R$ 4,37 para 4,42.
A elevação está ocorrendo nas distribuidoras e nos postos. Isso porque, na refinaria de Canoas (RS), a Petrobras não eleva preços desde 27 de setembro.
O Sulpetro-RS, sindicato que representa os postos de combustível do Rio Grande do Sul, reforça que há aumento de preços já nas distribuidoras. Presidente da entidade, João Carlos Dal'Aqua conta que o argumento foi o aumento do preço do etanol anidro, que precisa ser adicionado à gasolina. O presidente do Sulpetro acrescenta ainda que as margens estão apertadas:
— Havendo espaço na concorrência para um aumento de preços, o dono do posto acaba buscando recuperar o fôlego na operação. Eu mesmo estou fazendo isso. As margens de lucro do setor estão insustentáveis — conta o executivo.
Monitoramento do Cepea/USP identificou mesmo a elevação do etanol anidro nas usinas, devido à alta demanda. Há aumentos consecutivos há sete semanas. Lembrando, no entanto, que a substância é apenas um dos itens que compõem o preço ao consumidor. Segundo a ANP, o álcool anidro responde por apenas 13% do preço final. Os tributos abocanham a maior parte. Veja o que forma o valor final:
Petrobras, que vende gasolina nas refinarias: 30%
Tributo ICMS: 30%
Tributos CIDE e PIS/Pasep e Cofins: 16%
Custo Etanol Anidro: 13%
Distribuição e Revenda: 11%
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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