Ainda vai levar algum tempo para que as pessoas entendam e, principalmente, confiem em alguns processos da utilização do VAR. Isso ficou muito claro na vitória por 2 a 1 do Grêmio contra o Bahia, nesta quarta-feira (6), na Arena, pela 28ª rodada do Brasileirão.
O lance em questão foi o gol anulado da equipe baiana quando o jogo estava 1 a 0 para o time gaúcho ainda no primeiro tempo. O lance de Gilberto foi validado no campo, mas acabou sendo considerado irregular com a participação do árbitro de vídeo.
De um modo geral, o recurso eletrônico deveria ter acabado completamente com esse tipo de discussão por conta da capacidade de precisão para medir situações de impedimento. Com a chegada do VAR, a ideia de mesma linha praticamente foi para o espaço. Isso porque basta que a ferramenta perceba que há um centímetro à frente para detectar uma irregularidade.
O que poderia ser motivo para comemoração se tornou razão para dúvidas. Não digo que as coisas não possam ser questionadas. Pelo contrário, devem ser. Até porque o VAR é uma tecnologia operada por humanos, que estão sujeitos aos erros.
O que estou trazendo para o debate é que a ideia do 3D utilizado pelo árbitro de vídeo para medir esses lances ainda não foi assimilado muito bem pelo mundo do futebol. Isso está gerando a briga entre o que olho pode ver e o que a máquina é capaz de perceber.
Sou da ideia de que não posso brigar com a tecnologia nestes casos. Os recursos que o VAR tem são muito melhores do que os meus, que comento os jogos pela transmissão da televisão. Ou seja, se o árbitro de vídeo disso que havia impedimento, o assunto está encerrado. Por isso, o gol de Gilberto foi bem anulado.
Não basta mais olhar para uma imagem com ângulo comprometido e resolver achar o lance foi isso ou aquilo. Só que nem todo mundo entende e nem entenderá assim. Isso quer dizer que só há duas formas de evoluir nesse processo.
A primeira delas e deixar que o tempo seja capaz de tornar o 3D algo normal na vida dos torcedores. A outra é esperar que ocorra alguma mudança na regra do impedimento capaz de solucionar esse tipo de discussão.
Enquanto a segunda não ocorre, o negócio é continuar esperando.