Certamente você percebeu que algumas regras eram diferentes no futebol em 1983. A retransmissão da decisão do Mundial entre Grêmio e Hamburgo evidenciou o que já havia sido percebido no confronto diante do Peñarol, pela Libertadores. Falo de dois aspectos que atualmente são considerados óbvios e até causam alguma estranheza quando viajamos no tempo para acompanhar partidas históricas.
A primeira é sobre a possibilidade que os goleiros tinham de agarrar com as mãos as bolas recuadas com os pés por companheiros. Quando o jogo ficava truncado, o zagueiro dava o tapa para trás e tudo recomeçava em segurança. Em 1983, estávamos longe de uma mudança neste ponto da regra. A proibição foi acontecer quase uma década depois. Em 1992, os goleiros foram proibidos de tocar com as mãos na bola após o chamado recuo com os pés.
Essa mudança se comprovou efetiva e hoje é algo indiscutível, pois o jogo ganha em verticalidade e tempo de bola rolando. De 1983 para cá, muitas outras formas foram sendo colocadas em prática para que o futebol se tornasse algo cada vez mais dinâmico.
A outra mudança perceptível na retransmissão do jogo do Grêmio diz respeito ao número de substituições. Naquela época, os treinadores podiam realizar apenas duas trocas. Nem mesmo o desgaste da prorrogação era argumento para uma nova mexida. As três substituições só foram entrar em vigor no ano de 1995.
Depois disso, tivemos recentemente o acréscimo da quarta alteração para situações em que o jogo termina na prorrogação. Em 2020, um novo passo começou a ser dado. Em função da pandemia, a Fifa permitiu de maneira emergencial que as equipes realizem cinco substituições, o que acredito que acabará se tornando definitivo.
Interessante observar jogos do passado para perceber o quanto as regras mudaram para melhor e tornar o futebol mais atrativo. A mudança mais radical da história do futebol, no entanto, foi a chegada do VAR. Só que essa ainda levaremos alguns anos para olhar jogos do passado e notar com estranheza a ausência do recurso eletrônico.