A expulsão de Varela, do São José, após a entrada brusca com as travas da chuteira no joelho de Alan Patrick, não foi a única interferência do VAR no jogo entre Inter e São José. A partida teve outras duas revisões do árbitro de vídeo, comandado por Douglas Silva, que modificaram decisões de campo de Anderson Daronco.
Dentro de um debate técnico — que é sempre o que eu busco ao analisar a arbitragem —, é importante destacar que todas as decisões finais foram corretas. A atuação criteriosa do VAR nesse jogo deve servir de modelo, pois a expulsão foi bem aplicada, e os outros dois lances também foram acertadamente revisados.
O primeiro deles envolveu o gol anulado de Valencia. Após um cruzamento de Vitão, um jogador do São José tentou afastar a bola, mas acabou chutando-a contra o braço direito de Valencia. Mesmo com o braço colado ao corpo, a regra é clara: qualquer toque no braço antes de um gol invalida o lance. O VAR agiu rapidamente, comunicando a irregularidade ao árbitro sem necessidade de revisão no monitor.
O segundo lance foi o pênalti que resultou no primeiro gol colorado, convertido por Alan Patrick. Lucas Hulk, do São José, tentou um cabeceio após um cruzamento, mas, ao invés de afastar a bola com a cabeça, acabou golpeando-a com o braço aberto. Ele assumiu o risco de cometer uma infração, e o VAR corrigiu a não marcação do lance, indicando o pênalti.
Não há um número fixo de interferências em que o VAR deve ter em um jogo. O ideal não é que ele atue pouco ou muito, mas sim que atue corretamente. Se há três lances claros para revisão, ele deve interferir três vezes. Se não há nenhum, que não interfira. O problema surge quando há lances que exigiriam revisão e o VAR não age, ou quando ele se envolve excessivamente em jogadas interpretativas.
Por isso, é fundamental manter um debate técnico sobre a arbitragem. Se não for assim, a discussão se perde em teorias conspiratórias e questionamentos infundados. O risco é que se passe a duvidar de tudo e criar um ambiente de descrença total, sem fundamento e sem solução.
Em São José x Inter, o VAR fez o que tinha que fazer: interferiu nas jogadas em que era necessário e garantiu que as decisões finais fossem corretas. Esse deve ser sempre o objetivo.
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