O jogo entre Inter e Juventude no estádio Beira-Rio teve uma atuação de arbitragem que certamente será debatida ao longo da semana. Acredito que dois aspectos importantes precisam ser avaliados. Não podemos desconsiderar que os lances em questão são interpreta e geram margem para discussão. O segundo é que o critério de interferência do VAR ainda está sendo ajustado neste Gauchão.
O lance que culminou no pênalti marcado a favor do Inter é discutível. Borré recebeu a bola marcado por Cipriano na entrada da área. Durante a disputa, houve contato físico entre os jogadores — Cipriano colocou o braço no ombro do atacante colorado, enquanto Borré segurou a camisa do adversário. Inicialmente, a arbitragem de campo não marcou a infração. Porém, o VAR chamou o árbitro Rafael Klein para a revisão no monitor.
Ao meu ver, o contato no lance faz parte de uma disputa normal, algo inerente ao futebol. Nem todo uso do braço é necessariamente faltoso, e, analisando pela câmera de trás do gol, fica claro que ambos usam o braço na jogada — um puxão de camiseta de um lado e o uso do braço do outro. Não identifico uma ação clara de infração por parte do jogador do Juventude que justificasse a marcação do pênalti. O meu entendimento é de que o lance foi normal.
No entanto, é importante contextualizar que a comissão de arbitragem orientou os árbitros de vídeo a terem uma linha de interferência mais baixa. Isso significa que, em situações interpretativas como esta, não há restrição de que o árbitro seja chamado. Há a recomendação de que o VAR seja usado o que implicará em uma frequência maior de revisões. Foi o que aconteceu: Klein reviu o lance, interpretou que o uso do braço justificava a infração e marcou a penalidade. Apesar de entender o contexto da decisão, reforço que não marcaria esse pênalti.
Se, por um lado, o VAR interferiu em um lance interpretativo, houve um erro ao não chamar o árbitro em um momento que a revisão era necessária. Nos minutos finais da partida, Nenê deu um carrinho perigoso na panturrilha de Lucca, com as travas da chuteira altas em relação ao solo. Um lance que, pela gravidade, deveria ter resultado em cartão vermelho direto. No entanto, Klein mostrou apenas o amarelo, e o árbitro de vídeo Anderson Farias, desta vez, respeitou a decisão.
A partida também foi marcada por outros lances ríspidos. Um exemplo claro foi o chute de Wesley no joelho de Jadson, em uma ação sem qualquer possibilidade de disputa de bola. Lance limite e o cartão amarelo foi aplicado.
Para contextualizar, é interessante lembrar que, no jogo anterior do Inter, também houve um pênalti marcado após a intervenção do VAR. Contudo, naquela partida, a decisão foi correta. O lance em questão envolveu o jogador Talles, do Guarani de Bagé, que chegou atrasado na disputa e acabou acertando Wesley por trás. Diferente do que ocorreu contra o Juventude, ali não houve margem para dúvida: a penalidade foi indiscutível.
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