Havia certa expectativa para a entrevista de Douglas Costa. Ela mereceu muitos minutos ao vivo no Sala de Redação, inclusive. Justo. Não se trata os diferentes como iguais. Ele é diferente. Ganha mais de R$ 1 milhão por mês. Aceitou reduzir salário em nome do clube do coração. Foi o xodó de Pep Guardiola no Bayern, antes de fazer dupla de ataque com Cristiano Ronaldo na Juventus.
Tite esperou pela sua recuperação na Itália para levá-lo à Copa da Rússia, de tanto que podia desequilibrar um jogo. Mais top do que isso, impossível. Só que no Grêmio, por enquanto, ele produz tanto quanto Thiago Neves. Não tem um gol, uma assistência definitiva. Já teve dois problemas musculares, repetindo o que mais se temia: quando parece estar engatado, uma lesão muscular o faz voltas casas no tabuleiro.
Douglas vem recebendo críticas, da crônica esportiva e da torcida, pelas redes sociais. Ele podia se fazer de vítima e reclamar perseguição, jogando os mais fanáticos contra a imprensa. Não fez nada disso. Sua entrevista foi como sua camisa: 10.
Não fez birra, não mandou recado, não deu letra, não alterou o tom de voz nas perguntas questionadoras e não fez careta para indicar reprovação mesmo que suas palavras fossem noutro sentido.
Com maturidade, reconheceu as dificuldades, alertando que já passou por elas outras vez e conseguiu voltar. Foi além, com lucidez. Ele entende as cobranças como naturais pelo que todos sabem que pode entregar.
Tem toda a razão. É mais criticado por ser craque e pelo investimento do Grêmio. Se jogar no nível da entrevista, não é de duvidar Copa do Catar para Douglas. Conseguirá?