Pela primeira vez em quase 20 anos, o Inter não será comandado por um integrante do Movimento Inter Grande, do qual Fernando Carvalho é a maior estrela, mas tem também figuras relevantes da trajetória do clube, como Giovanni Luigi e o próprio Marcelo Medeiros.
Digo "quase" porque, quando Vitório Piffero assumiu para liderar a gestão que culminou no rebaixamento, ele já tinha rompido com o MIG. Aquela briga sobre a reforma do Beira-Rio, na qual Luigi saiu vencedor, afastando Piffero.
Medeiros deu andamento a uma investigação quando assumiu a presidência, inclusive, deflagrando a descoberta de irregularidades que resultaram em processos no Ministério Público.
Vão para o segundo turno disputar os votos dos associados dois candidatos de oposição: Alessandro Barcellos e José Aquino Flores de Camargo. Eles ocuparam cargos na gestão Medeiros, mas saíram e concorreram como oposição.
Guinther Spode, do MIG, e Cristiano Pilla, do Povo do Clube, ficaram de fora. A situação teve votação surpreendentemente baixa, mesmo em tese sendo maioria no colegiado. Um momento histórico no Inter, sem dúvida, porque o centro do poder muda de dono.
Há muito tempo o MIG vem dando as cartas no Inter. Só que, durante anos, o time ganhava no campo: Gauchões, Libertadores, Recopas, Mundial. Mas parou de vencer, e ainda viu o Grêmio assumir uma hegemonia significativa.
Por isso o MIG perdeu: resultado de campo. O título da Copa do Brasil do ano passado talvez mudasse esse cenário de fim de ciclo, mas a derrota na final para o Athletico-PR reforçou o sentimento de mudança no Conselho Deliberativo e entre os torcedores.