
O apito final do iraniano Alireza Faghani revelou um emblema do que se viu nesta quarta-feira em Moscou, no Estádio do Spartak. A Seleção terminou o jogo com a bola sob seu mais absoluto controle.
Gabriel Jesus e Thiago Silva a ergueram com os pés, colocaram-na debaixo do braço e a alcançaram ao árbitro. O que isso significa? Que o Brasil fecha a primeira fase, agora sim, ao contrário dos dois primeiros jogos, envolvendo o adversário à sua maneira, com segurança na defesa e eficiência no ataque.
A vitória por 2 a 0 sobre o balonismo futebol clube, com pitadas de violência dos grandalhões da Sérvia, além de garantir o primeiro lugar no Grupo E, trouxe de volta aquele time cobra naja das Eliminatórias.
Vai cercando, se esgueirando, girando, indo e voltando, espreitando e encurralando até a estocada final. O adversário deve pensar: “Se os caras arrumam um cantinho para fazer gol mesmo com um caminhão estacionando dentro da nossa área, imagina se a gente atacar e der espaço”.
Ainda há margem para evolução, mas aí está a melhor notícia para as oitavas de final, contra o México. O time vem melhorando desde o empate com a Suíça. A lógica, portanto, indica um degrau adiante em desempenho na segunda-feira, em Samara, às 11h no horário brasileiro. E assim sucessivamente, em tese.
A Seleção termina a partida com mais posse de bola (58%), além de mais finalizações (14 a 10) e chances reais de gol (6 a 2). O ataque sérvio se reduziu a chutes tortos ou de longe e cruzamentos para a área (26), torcendo por um rebote. Alisson fez um defesa de verdade. De resto, foi espectador de luxo.
Se o Brasil for campeão mundial pela sexta vez, um sonho ainda distante, sobretudo em uma Copa tão cheia de armadilhas, este 2 a 0 sobre a Sérvia será um divisor de águas. Pela primeira vez na Rússia, os lampejos de candidato a título reluziram na Seleção de Tite. Que este brilho vá se tornando cada vez mais intenso até se tornar permanente na final do dia 16, aqui mesmo em Moscou.